Depois de sair da palestra sobre os “cebiches”, fui direto montar uma fila para a palestra seguinte, afinal, eu precisava sentar na frente, para conseguir tirar fotos, né? Mesmo que ainda faltasse quase uma hora para a palestra começar. Para variar, as duas primeiras fileiras estavam reservadas para pessoas mais importantes que eu. Esperei com as minhas coisas em mão para pular para lá assim que eles liberassem (igual liberaram no outro). Deixaram um homem que estava esperando sentar lá e uma ou outra pessoa também.
Na foto ao lado você pode ver a Luciana Fróes exatamente no meu campo de visão, e como eu não ia conseguir tirar fotos com ela ali. Para quem não sabe, a Luciana tem um blog no Globo e é uma das organizadoras do evento. A partir da hora em que liberaram para um ou outro mortal, não ia ser eu, mundana aqui, que ia ficar esperando, né? Tratei de ir uma fileira para a frente, mas também não fui sentar ali ao lado da Luciana para não dar muito na cara. Ainda assim, eu tenho a leve impressão de que invadi o espaço das subcelebridades gastronômicas. Eu era a única com pulserinha de papel no braço
(a das outras pessoas era de ouro, dã). E eu fiquei esperando ser expulsa a qualquer momento. Mas aí já não dava mais para levantar, já que a minha cadeira de reles mortal já tinha sido ocupada e eu é que não ia lá para trás! Fiz cara de muito phyna e fiquei esperando alguém falar comigo. O que felizmente não aconteceu!
A Luciana Fróes abriu o evento chamando a enóloga Deise Novakoski, primeira sommelier mulher no Brasil (será?) e que apresentava o Menu Confiança, com o Troigros, no GNT. Além dela, representantes de seis vinícolas brasileiras: Lídio Carraro, Dal Pizzol, Miolo, Salton, Pizzato e Casa Valduga; e de um representante do Instituto Brasileiro do Vinho (Imbravin).
A palestra teve degustação de 20ml de cada vinho. Seis vinhos em um tempo muito curto, já que cada convidado tinha sete minutos para falar. Dá para imaginar que a plateia tenha ficado exatada. Muitas pessoas falando e muitos “shhhh” acontecendo lá atrás. Para completar, esqueceram de servir a mesa algumas vezes (e olha que eles eram mais VIPs que os VIPs). Eu confesso que até o terceiro ou quarto, ainda conseguia distinguir sabores, fragrâncias e tudo mais. Os últimos eu só aproveitei mesmo.
A cena bafão do dia foi quando uma reles mortal da plateia resolveu levantar a mão no meio da palestra para dizer que eles deveriam estar servindo água entre os vinhos, para apreciarmos melhor. E foi recebida por essa resposta nada fina da Deise, seguida de aplausos e gargalhadas dos beberrões:
“Querida, não é água que vai limpar o seu palato. Eu sou sommelier profissional, tenho que provar vários vinhos por dia e perceber as nuances de cada um deles. Vocês, da plateia, só têm que beber e aproveitar os vinhos maravilhosos que estão sendo servidos!”
Eu não queria estar na pele da pobre moça quando a cara dela foi parar no telão. Aliás, na matéria do Globo, ela pareceu uma fofa, mas aposto como a mulher que perguntou não achou isso.
Vamos ver se a minha memória (e meu bloquinho) não falham. Se eu não me engano, da esquerda para a direita são: Juliano Carraro; Dirceu Scottá, da Dal Pizzol; Lucindo Copat, da Salton; João Valduga; Deise Novakoski; Alexandre Miolo; Diego Bertolini, gerente de Marketing da Ibravin; e o Flávio Pizzato. E cada um explicou porque faz vinhos de qualidade no Brasil e porque o país está competindo de perto com grandes produtores de vinho:
Juliano Carraro – Falou sobre a vinícola da família (há oito gerações) no Vale dos Vinhedos. O vinho servido foi o Quórum. Segundo ele , “na hora de comprar um vinho temos que avaliar o custo benefício entre o prazer que ele vai nos proporcionar em relação ao preço”. Mais ou menos o que eu faço diariamente com as minhas comilanças! O dele custa R$91.
Dirceu Scottà – A vinícola dele produz pequenas quantidades (coisa VIP), são 300 mil garrafas por ano. O vinho servido, Touriga Nacional, era mais leve que o primeiro e não passa por barris de madeira, ele é envelhecido em barris de aço inox. Custa R$156, para os curiosos.
Lucindo Copat – Foi eleito enólogo do ano pela Associação Brasileira de Enologia. A Salton, já conhecida dos brasieliros, produz 50 milhões de garrafas por ano. É a quarta geração da família trabalhando na viticultura. O vinho servido, Talento 2002, passa um ano envelhecendo em barris de carvalho franceses e mais um ano em garrafa. R$65.
João Valduga – Aprendeu a viticultura na Embrapa e convenceu o pai a arrancar o parreiral para plantá-lo novamente de acordo com esses ensinamentos. Produz geleia de uva Cabernet e spray de grappa (!). Estava morrendo de vergonha e veio todo decoradinho.O vinho servido, Villa Lobos, foi lançado dois anos atrás em homenagem ao compositor, mas pode ser servido em mais cinco ou seis anos. (R$102)
Alexandre Miolo – A vinícola teve início em 1989, mas a família chegou ao Brasil em 1897, com Giuseppe Miolo. Em 2005 sofreu uma transformação e, em 2001, lançou a Terranova, no nordeste (que, aliás, tem espumantes ótimos). Recentemente adquiriu a Almadén. O vinho servido foi o Costas Portuguesas, da linha Quinta do Seival (R$270 a garrafa no site da Miolo).
Diego Bertolini – Foi perguntado pela já afiada Deise porque o vinho brasileiro era tão caro. Depois de enrolar, disse que é porque o consumo é baixo. Fizemos um pacto de beber mais, que aposto que será cumprido por mais da metade. Segundo ele, a média brasileira é de duas garrafas per capita, enquanto no Chile é de 22. Ele propõe chegarmos a pelo menos cinco para baixar o preço. Fica a dica.
Flávio Pizzato – De sotaque mais carregado, o Pizzato também é do Vale dos Vinhedos, de onde vêm quase todos os nossos vinhos, por sinal. Ele serviu o vinho de nome “nada” pretensioso DNA 99 Single Vineyard Merlot 2005. Detalhe, o “Single Vineyard” foi escolhido em inglês porque, para ele, “Vinhedo Único” soava mais pretensioso. R$115 reais.
Aí você sai feliz da palestra (depois da fila básica pro banheiro das mulheres), ouve uns minutinhos do show de jazz e depois dá de cara com isso:
Aí você diz… vidinha mais ou menos, hein?
Na próxima me chama! rs Beijos
Ótimo post, parabéns.
Muito bom! Você é danadinha, hein? anotou tudo! É isso mesmo, também morri de vergonha deste episódio que você contou. Coitada, ainda apareceu na tela.
Vejo que você é fâ da Luciana Froes, no entanto não a vejo como esta grande jornalista . Suas críticas são feitas sem o cuidado de preservar o lugar que visita e muitas vezes é extremamente grosseira em suas considerações. A útima crítica a um restaurante famoso em Ipanema: Marguta foi um desastre total. Acho que ela queria ferrar mesmo com os donos do restaurante pois foi uma grossa. Essa jornalista é mucho louca mesmo. Já estou espalhando para meus amigos jornalistas o que penso dela e para toda high socitey…
Mariucha,
concordo com tudo que você disse sobre essa tal de Luciana Fróes. Li a crítica sobre esse restaurante Marguta e fiquei chocado. Nunca fui lá pois estou só de passagem no rio, mas minha prima falou que é excelente e ela já foi várias vezes. Ela ficou perplexa com a forma que essa jornalista ACABOU com o restaurante. Ela deve ter raiva dos donos, ou sei lá, não devem ter dado cortesia para ela comer lá. Mas essa jornalista é de baixo nível mesmo.