Quando li Nutrindo seus sentidos, da Laura Pires (já falei sobre ele neste post aqui), fiquei com vontade de experimentar várias das receitas dela, mas principalmente o tal do feijão moyashi. É que ela fala tão bem do feijão verde (também conhecido como mung), que eu precisava saber que gosto tinha.
Feijão Moyashi
A maioria de vocês (assim como eu até agora), deve conhecer só o broto de feijão, que a gente encontra em qualquer restaurante japonês e também facilmente no hortifruti. Aquela cabeleira verde é o feijão moyashi brotado. Estranhamente, o feijão em grãos não é tão fácil assim de encontrar – eu encontrei esse em uma loja de produtos orientais na Saara (centro do Rio de Janeiro), mas se não vende na sua cidade, vai ser mais fácil comprar pela internet.
Vou colocar aqui um trecho do outro livro da Laura, O sabor da harmonia, que eu já falei sobre nesse post aqui:
Para a ayurveda, os melhores grãos são feijões mung, lentilhas vermelhas e lentilhas verdes, por serem mais fáceis de digerir, gerarem menos gases e terem cozimento bem rápido. (…) sopas de feijão mung são ideais para a alimentação de crianças, idosos, assim como de pessoas debilitadas ou com problemas de digestão. São também adequados para todos os doshas.
No caso das “pessoas debilitadas”, como ela diz, existe uma receitinha de sopa bem simples que é indicada para quando você está doente (está no Nutrindo).
Mas não foi essa que eu fiz, eu fiz a receita do feijão mesmo, todo temperado, e minha maior descoberta foi entender, finalmente, que você não precisa temperar todos os pratos da sua refeição com alho e cebola (vício nosso, brasileiro). Para celebrar esse marco na minha vida, eu deixo uma cena de Friends para vocês:

Foi assim que eu me senti quando descobri que dava para temperar arroz e feijão sem alho, ta?
Compras
Faltou dizer que, assim que terminei de ler o segundo livro da Laura, tive que correr para a loja de especiarias mais próxima do trabalho e fazer um arsenal. A minha cozinha parece santuário bruxo agora, só falta asa de morcego. Então, eu tinha todos os ingredientes em casa. Se você quer começar a cozinha os livros da Laura também, esses são os ingredientes que eu achei mais fundamentais de ter na cozinha (porque são os que ela usa em quase todas as receitas):
- feijões (mung e azuki principalmente)
- lentilhas (verde e vermelha)
- grão de bico
- arroz (basmati e integral)
- cravo e canela
- mostarda em grãos
- cominho
- açafrão-da-terra/cúrcuma (são a mesma coisa)
- gengibre
A receita
Como eu fiz essa receita em um dia em que eu ia comer sozinha e à tarde ainda ia para um aniversário (cheio de doces e salgadinhos), fiz só o feijão e comi ele como uma sopinha, sem acompanhamentos. Mas você pode complementar com um arroz, legumes e, se não for vegetariano, uma carne.
Gente, ficou uma delícia!

Fiquei receosa com a canela, porque não estou acostumada a usá-la em receitas salgadas, mas ela deu um aroma bem leve.
Dois parênteses:
- A Laura não usa panela de pressão. Ela diz que quando você faz pouca quantidade, não precisa da panela, diminuindo assim os gases e deixando o feijão mais saudável. No caso do moyashi eu até concordo, mas quando fiz o azuki, achei que demorou uma vida, por isso não estou pronta para abolir a pressão da minha vida. O moyashi (1/2 xícara) demorou quase uma hora para cozinhar.
- No livro, a Laura diz uma hora para deixar o feijão de molho por 10 horas. Mas em outro parágrafo ela diz que o moyashi não precisa de imersão, porque já é super fácil de cozinhar. Por via das dúvidas deixei umas duas horinhas antes de começar a cozinhar só para dar uma limpada. No caso dos outros feijões, lembre-se sempre de deixar de molho na água de um dia para o outro – além de tirar as substâncias tóxicas, deixa o caldo bem mais grossinho.

Ingredientes
- 1/2 xícara de feijão moyashi
- 3 xícaras de água
- 1 colher de chá de cúrcuma (açafrão-da-terra)
- 1 pitada de pimenta calabresa
- 1 canela em pau
- 1 colher de sopa de salsinha picada
- 1 colher de chá de óleo (ela usa de girassol, eu usei azeite)
- 1 colher de sopa de cominho em grão (eu só tenho em pó, usei esse mesmo)
- 2 folhas de louro
- sal a gosto
Como fazer:
Coloque o óleo em uma panela. Se o seu cominho for em grão, adicione ele primeiro até começar a fazer espuma. Se for em pó, igual ao meu, coloque todas as especiarias: cominho, canela, açafrão, louro e mexa bem. Adicione o feijão e misture para misturar bem com as especiarias. Coloque a água e cozinhe até os feijões ficarem macios. Tempere com sal a gosto. Ela também finaliza com suco de meio limão, mas eu me esqueci dessa parte. Como feijão, rende para duas pessoas. Como sopa, igual eu fiz para mim, seria pouco (1 porção e meia).

Gente, não estou brincando que ficou uma delícia. No início, pode ser um pouco difícil se acostumar com sabores tão novos para a gente, que está acostumado a comer sempre aquele arroz com feijão de todos os dias. Mas vamos manter a mente aberta para temperos novos!
Só para lembrar, já fiz aqui a resenha dos dois livros da Laura Pires:
Para comprar esses dois livros, clique aqui:
Again: desculpa pela (má) qualidade das fotos. Um dia eu conserto essa câmera, juro!
Oi, Carol! Gostei da receita, vou fazer =). Viu, você chegou a fazer a receita que a Laura indica 10 xícaras de água para 1/2 de mung? Uma vez eu fiz e achei que ficou muito rala a receita… é isso mesmo?
Eu vi, Fabiana! Também achei estranho, por isso eu diminuí. Ia ficar super ralo, né.