No post da semana passada eu contei onde comemos durante a nossa viagem para Mendoza, na Argentina. E é claro que deixei o melhor dessa cidade para o final: os vinhos!
A vinicultura é a principal fonte de renda dessa região, que fica aos pés dos Andes e tem o clima perfeito: árido, seco, com o frio certo e o calor certo para cultivar as vinhas. Mendoza é responsável pela maior parte da produção de vinhos da Argentina, por isso a oferta é imensa. Os melhores vinhos vêm do Vale de Uco, bem pertinho da Cordilheira, e Lujan de Cuyo, mais perto da pré-cordilheira. As montanhas formam o clima ideal, por isso, quanto mais perto delas, melhor.
Cada pessoa que você conversar vai te dizer que foi nas melhores vinícolas e tentar te convencer disso. Sinceramente? Acredito que cada uma delas tenha o seu charme e você vai aprender muito em cada uma delas. Não tem muito como errar.

O motorista que levou a gente não curte muito as vinícolas mais “bombantes” – aquelas grandes produtoras que você encontra aqui no Brasil também. Isso porque elas já não tem mais tanto a “essência” da vinícola. E eu concordo com ele também. Você não vai ver o enólogo passando e vai fazer parte da indústria do turismo para eles. Mas claro que vai ser legal do mesmo jeito.
São centenas de vinícolas, por isso, não tenho como te dizer quais são as melhores, vou só contar as três que eu visitei.
Caelum
A Caelum foi a nossa primeira parada, o que foi ótimo. Ela é bem pequena e está começando, em relação às outras. O mais legal dela é que 50% da produção é de vinhos brancos, o que é super difícil de encontrar na Argentina, amante dos tintos. Visitamos o local dos barris de inox, onde os vinhos passam pela fermentação, o local dos barris de carvalho, e vimos a colagem dos rótulos, toda feita à mão por funcionários locais.
Depois, claro, passamos para a degustação. Provamos:
- Torrontés
- Cabernet Sauvignon Reserva 2013
- Malbec Gran Reserva 2012
Todos uma delícia, mas tive um carinho especial pelo torrontés, primeiro por ser uma uva que eu gosto muito, depois por ser um branquinho, desses 50% que eles produzem.
A degustação dos vinhos é feita com pistaches. Isso porque essa vinícola também produz os próprios pistaches, que são uma delícia! Trouxe um saquinho de pistaches para comer em casa. Aliás, você já viu a planta do pistache? Eu nunca tinha visto, por isso vou deixar a foto aqui para vocês:


Septima
Com essas três taças na cabeça, seguimos para a Septima, logo do outro lado da estrada. A vinícola de médio porte é super bonita e a construção já chama a atenção da estrada. A chuva alcançou a gente nesta hora, mas durou somente o tempo da nossa visita. Uma sorte. Ainda conseguimos tirar fotos do plateau acima da vinícola, um lugar lindíssimo.
Dessa vez a estrutura é bem maior e a produção é mais industrializada. Achei legal saber que eles produzem uva da casta Gewurztraminer também, uma uva branca, que eu gosto muito, mas que não é tão fácil de achar para vender. Mas, pelo que eu vi, eles só usam ela para vinhos de colheita tardia.
Eu não conhecia a Septima, mas eles exportam para o Brasil, que é, inclusive, o maior comprador. Metade da produção vem para cá. Provamos os vinhos:
- María Rosat Extra Brut (um espumante)
- Confiado Malbec Indígena 2015
- Septima Gran Reserva 2015
Levamos um espumante desses para tomar no hotel à noite, de tão bom que era.
A história desse Confiado é super legal. Ele se chama indígena porque usa somente as uvas para fazer a fermentação. Ou seja: em vez de adicionar levedura, como são feitos os vinhos normalmente, eles usam as próprias bactérias normais da uva para provocar uma fermentação natural. Para que isso aconteça, as uvas são escolhidas uma a uma à mão, para manter somente as melhores e garantir as bactérias “do bem”.
Belasco de Baquedano
Vocês já perderam as contas? Porque já temos seis taças de vinho na cabeça a essa hora, e seguimos para a última vinícola.
A Belasco de Baquedano é uma vinícola maior. Mas não visitamos essa por dentro. Na verdade, a visita no local passa somente por uma “sala de aromas”, mas vale a pena, de tão legal que é a experiência.
Dentro da sala de aromas você encontra potes de acrílico que abrem e fecham e uma abertura por cima delas. O negócio aqui é tentar desvendar os cheiros que podem ser encontrados nos vinhos, desde frutas até manteiga, mofo ou madeira. É difícil sentir sem “roubar” e olhar a plaquinha que fica acima, mas é uma brincadeira muito divertida (ainda mais depois de 6 taças de vinho).

Depois dessa sala nós seguimos para o terceiro andar, onde a mesa posta esperava a gente.
Minha gente!
Aqui tivemos um banquete digno da realeza, com seis pratos e seis taças harmonizadas.
Aqui eu não aguentei, confesso que provei de todas as taças, mas não aguentei beber nem a metade. Todos os pratos eram maravilhosos e os vinhos também, mas que é que aguenta! Você contou? Foram 12 taças no total!
Tirei foto do cardápio para vocês saberem o que nós provamos e os vinhos que acompanharam:

E agora eu deixo uma sessão de fotos dessa orgia enogastronômica, porque elas falam por si só!

Foi isso, gente! Mendoza foi uma viagem curta, mas pudemos aproveitar bastante. Se você perdeu o último post, sobre as comidas, clique aqui!
E você? Conhece Mendoza? Tem alguma dica legal? Deixa aí os comentários!
Leia também os posts sobre #Londres!
E claro, os posts sobre #Paris!
Boa tarde, Carol, tudo bom?
Vou viajar com alguns amigos para Mendoza pela primeira vez e me interessei por esse roteiro que vc fez. Você pode me passar o contato de quem levou vcs e uma referência de preço, por favor?
Muito obrigada!
Oi, Nara! vou tentar achar isso para você!