Quando o Léo me disse que o prato do Egito se chamava kochari, eu achei esse nome estranhamente familiar.
Aí ele foi me explicando como era feito e, salvo uma ou outra mudança, minha primeira reação foi “Cejura que é aquele prato que eu faço toda semana aqui em casa? Mas ele se chama kichadi, ou kichari.”
A conclusão, minha gente, é que o mundo é um ovo. Por isso, o kichadi, ou kichari, indiano, aquele da ayurveda, aquele sobre o qual eu já falei nesse post aqui, também tem a sua versão egípcia! E lá ele se chama koshari. Mas a base é a mesma: lentilha e arroz. No kochari egípcio, ainda rola um molho de tomate, umas cebolas fritas e macarrão, vai saber porquê…
Então esse prato, embora trabalhoso, com todas essas etapas, é super fácil. E você pode fazer a sua versão também, afinal, todo mundo parece ter um kichadi para chamar de seu.
O pratão ogro do Léo
A inspiração:
Nos baseamos nesse vídeo para fazer o kochari:
Léo Neves é jornalista, viciado em esportes e comilão
Toque do Léo:
O renascimento dos faraós das margens do Nilo!
Não, não é nenhuma múmia se levantando da tumba debaixo das pirâmides do Egito. Mas sim, o recomeço da seleção egípcia. Após um longo e tenebroso inverno, além de uma baita punição. Em 2012, 74 pessoas morreram e quase 250 ficaram feridas durante uma briga de torcidas do Al Masri e do Al Ahly, dentro do estádio, durante o campeonato nacional.
Antes da classificação para a Rússia, o Egito havia participado em 1990, na Itália, após ficar 56 anos sem disputar o mundial.
A paixão exacerbada dos torcedores no país é demonstrada pelo hegemonia nos campeonatos continentais. Al Ahly x Zamalek, por exemplo, é considerando um dos 100 maiores clássicos do mundo.
Nesse ressurgimento em nível global, conta com a fama (comprovada por números) de seu “Pequeno Faraó”, Salah. O matador da seleção egípcia porém vem de uma lesão que quase o tirou do mundial e não está 100% fisicamente.
Mas Salah não é o maior ídolo da história do futebol egípcio. Essa honra cabe a Hossam Hassan, que prestou serviços ao seu país por mais de 20 anos, sendo artilheiro de todos os tempos com 69 gols.
Ingredientes:
1 xícara de arroz
1/2 xícara de lentilha
1/4 xícara de espaguete quebrado
6 tomates
1 xícara de grão de bico cozido
alho
chili em pó (usamos molho sriracha)
Como fazer:
Achei o vídeo meio complicado, porque são muitas etapas e ele mistura tudo. Vou tentar facilitar:
Molho de tomate
Corte os seis tomates em cubinhos, mas reserve o equivalente a um ou dois tomates para o grão de bico. O restante, você vai misturar na panela com um dente de alho picado e água – a quantidade de água não chega a cobrir os tomates. (Juntamos essa receita com a receita do molho que ele serve à parte, por isso, acrescentamos também 1 colher de chá de sriracha e 1 colher de sopa de extrato de tomate). Leve ao fogo médio por 20 minutos para cozinhar. Use o mixer de mão para amassar todos os tomates e deixe borbulhar até o molho ficar mais denso.
Lentilha
Misture 1/2 xícara de lentilha com 2 xícaras de água e deixe em fogo médio por 20 minutos. Depois escorra a água e reserve.
Arroz
Primeiro, quebre os espaguetes e refogue em azeite até ficar dourado. Adicione 1 xícara de arroz e 1 colher de chá de sal, misture até todo o arroz ficar brilhoso. Acrescente 1 xícara e 1/4 de água. Deixe o fogo médio até o arroz absorver toda a água. Quando estiver borbulhando, mexa pela última vez, abaixe o fogo e deixe cozinhar.
Grão de bico
O nosso grão de bico já estava cozido (porque eu faço um monte e congelo). Por isso, em vez de cozinhar os grãos junto com os tomates, eu cozinhei os tomates com mais alho e depois acrescentei os grãos no final, só para esquentar.
Cebola frita
Por falta de tempo, compramos a cebola frita pronta. Mas, se você não tem onde encontrar ou quer fazer tudo do zero, corre para o minuto 3:24 do vídeo
Macarrão
Fizemos um pouco de macarrão pai nosso (umas 3 mãos). Sem tempero nenhum.
O modo de montar original é (de cima para baixo): molho, grão de bico, lentilha, cebola, arroz e macarrão. O prato do Léo é o que ta montado nessa ordem. O meu é o que está tudo separadinho, porque eu tenho TOC, e porque eu achei que vocês não iam conseguir ver tudo.
O meu prato arrumadinho demais
O resultado:
Olha, eu imagino que esse prato, do jeito que foi feito, seja um prato de domingo dos egípcios. Não porque seja difícil de fazer – não é, mas porque sujou todas as minhas panelas três vezes! Ta certo que eu só tenho duas panelas… O prato ficou uma delícia e o toque do sriracha foi essencial. Mas se você quiser uma versão bem mais simples, dá uma olhada no post sobre o kichadi indiano. Se eu tirei um grande aprendizado desse prato foi o espaguete quebradinho e crocante no arroz. O Egito foi aprovadíssimo, apesar de todas as panelas (que para a minha sorte, o Léo é quem vai lavar).
Você já provou o kochari? Ou o kichadi? Ou faz a sua própria versão de arroz com lentilha? Deixa nos comentários! E clique aqui para ver a lista com todos os pratos.