Quem me acompanha no Instagram sabe que eu estou lendo neste momento “Minha mãe fazia”, um livro superfofo da Ana Holanda, que assim que eu terminar vai aparecer aqui no blog. Em um dos capítulos, ela menciona o documentário “Muito além do peso”, disponível no Youtube. Se você, assim como eu, também não conhecia, agora é o momento.
Esse documentário casa extremamente bem com aquele outro que eu já mencionei aqui para vocês: Manifesto em defesa da comida, do Michael Pollan. “Muito além do peso” conta a história de várias crianças que lutam contra doenças como diabetes, trombose, artrite e colesterol alto – todas resultado da má alimentação e do sobrepeso. Mas, como o título já diz (e como Pollan explica bem no doc dele), a questão vai “muito além do peso”. É sobre a redução da alimentação “de verdade” em detrimento dos alimentos industrializados. Eles mostram cenas chocantes, como o vício em refrigerantes e a chegada dos enlatados nas regiões mais remotas do país (onde, provavelmente, a mobilização para a chegada do saneamento básico não é tão grande).
É chocante ver que as crianças não conhecem nenhuma fruta ou verdura. Não estou falando que eu soubesse diferenciar salsinha e coentro quando era crianças (coisa que, aliás, eu só fui aprender com convicção no ano passado), mas eu nunca confundi um pepino e um abacate (exemplo real dado no documentário). Mais do que isso, é chocante ver que a maioria das pessoas, mesmo aquelas com alta escolaridade, não sabe que um alimento processado é ruim. Eles leem “fonte de vitaminas e minerais” ou “integral” ou “sem gordura trans” e automaticamente a comida passa a ser boa. Como é fácil vender comida industrializada para quem não sabe o que está comendo…

Ainda nesse pensamento sobre “não saber o que se come”, o documentário foca também na propaganda infantil de comidas. Também entram na (falta de) qualidade da merenda nas escolas e, claro, Jamie Oliver está lá para falar sobre isso.
Pensando sobre ele, me lembrei da época em que comprei o meu primeiro livro de receitas, “Revolução na cozinha”, do Jamie Oliver, e como ele era criticado por ensinar a fazer macarrão e chamar aquilo de comida saudável. Saudável é comer comida, gente. E se você não reconhece metade da lista de ingredientes em um rótulo como algo que você poderia cultivar e plantar sozinho, provavelmente aquilo não é comida.
Se vocês gostaram do documentário do Pollan, não percam esse aqui também. Vou deixar aqui no fim do post: