Existe um monte de coisa legal sobre fazer a sua própria cerveja. Quando eu fiquei sabendo de amigos que eram “homebrewers”, achei a coisa mais mágica do mundo. Como assim, “fazer cerveja”? Pode? Dá? Eu nem sabia que era uma possibilidade! Como ninguém me disse isso antes? Por sorte, a ideia foi bem aceita em casa e eu ganhei um parceiro de panelas e uma mãe compreensiva o suficiente para deixar a gente monopolizar um andar inteiro da casa. Vou te contar que dá um trabalhão, é um monte de peso para carregar, o material é caro, muita coisa tem que ser construída, porque não tem para vender, demora, cansa… mas vale a pena. Já estamos no nosso décimo segundo rótulo, a Everest, que descansa maturando na geladeira – que agora é só dela. – Se quiser saber mais sobre a nossa empreitada cervejeira, visite o blog!
O resultado dessa brincadeira toda são quilos e mais quilos de farinha. Não farinha como a gente está acostumado, mas quilos e quilos de cevada maltada, torrada, moída, fervida e lupulada. Quilos e quilos de resto de cerveja. Se você deixar em casa do lado de fora da geladeira, apodrece. Se colocar na geladeira, apodrece. Se tentar arremessar no quintal do vizinho, apodrece. Então a sua única saída, além de torcer para a Comlurb levar aquela coisa logo, é congelar e transformar em comidas gostosas. E cada leva de 20 litros de cerveja rende muito mais mosto do que você vai conseguir usar. Por isso, passado aquele afã de “vou cozinhar a vida com mosto”, eles acabam indo para o lixo. Hoje em dia, a gente guarda só um saquinho de cada brassagem e joga o resto fora.
Mas, sério, dá para fazer uma infinidade de coisas com o mosto: pão, quibe de forno, bolos, cupcakes, muffins, tortas e massas em geral. Basicamente tudo o que você faria com uma farinha integral é possível fazer com esse bagaço. Se você tem um amigo cervejeiro, avise a ele que quer um pouco de mosto da próxima brassagem e ele vai guardar feliz para você. Isso porque dá uma pena enorme jogar aquilo tudo fora e saber que poderia virar comida.
Já postei aqui a receita do cupcake de mosto. Desta vez, eu queria um pão de domingo. Daquele bem com cara de fim de semana, sabe? Eu só não tinha leite ou ovo. Mas eu tinha certeza de que alguma receita ia dar certo. Depois de alguns momentos de desespero e alguns telefonemas para casa (“Manhêê! Miajuda!”), tudo deu certo no final. O resultado foi um pãozão lindo, quentinho e uma delícia. E olha que eu não sou de me dar muito bem com o deus dos pães!
Ingredientes:
1 copo (200ml) de bagaço de cerveja
2 copos (400ml) de farinha de trigo
1 colher de sopa de manteiga
1 copo de água
1 e 1/2 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de leite em pó
2 colheres (sopa) de açúcar
3 colheres (chá) de fermento biológico seco
parmesão ralado
Legal, mas como faz?
Em uma panelinha, eu derreti a colher de manteiga com sal (1+1/2 colher de chá), açúcar (2 colheres de sopa), leite em pó (1 colher de sopa) e um copo d’água. Desligue o fogo e deixa que fique morno, não quente demais. Transfira para a tigela da batedeira/processador.
Adicione o fermento a essa mistura morna e dissolva. Não pode estar quente demais para não matar o fermento.
Adicione, aos poucos, as farinhas e bata. Dependendo da potência da sua batedeira, ela pode não conseguir bater isso tudo. Desligue e termine de adicionar as farinhas na mão. Sove bastante a massa até soltar e virar uma bolinha. Pode ser que você precise de mais farinha para fazer soltar.
Cubra a tigela e deixe crescer por meia hora. Como eu fiz em um dia muito frio, liguei rapidamente o forno, somente para deixar morno, desliguei, e coloquei a tigela dentro dele, coberta, durante esse tempo.
Depois de meia hora, a massa já vai ter crescido. Unte com manteiga e farinha a forma onde você vai fazer o pão (eu usei uma comprida, de alumínio, própria para pão). Molde e transfira a massa para a forma untada. Salpique com queijo ralado, cubra novamente e deixe mais meia hora crescendo de novo.
Depois de mais trinta minutos, é hora de assar! Em fogo baixo, para não queimar (+/- 180ºC), até que ele comece a ficar dourado por cima (mais ou menos quarenta minutos, dependendo do forno).
Agora é só servir com manteiga, para derreter, e ser feliz! O mosto dá um gosto todo especial ao pão, façam e me contem como ficou!
Essa receita ta bem simples! Irei fazer e volto! Bagaço em casa nao falta!
Depois conta como ficou!
Adaptei essa receita para a máquina de pão e ficou maravilhoso, detalhe sequei os.maltes no forno para nao ter q ir tanta farinha branca, ficou mara.
Meu marido é cervejeiro e eu ficava c muita dó daqueles maltes indo o lixo. Obrigada
Ahh que ótimo! Adorei saber que alguém fez a receita! A ideia de secar o malte foi muito boa, vou tentar assim também.