É quase engraçado eu postar essa receita para vocês já que comigo ela praticamente não funcionou. Mas, como UM pãozinho deu certo, eu achei que era uma coisa tipo macaron. Não foi necessariamente um problema culinário, e sim os deuses árabes do pão pita, que não quiseram que os outros crescessem. Mitologias gastronômicas aparte, acho que sei exatamente onde os meus pães pita deram errado, então achei que ainda era válido passar a experiência para vocês – que podem ter mais sorte do que eu.
Atenção, estou especulando a partir de agora:
Primeiro, é importante saber que o pão pita, ou sírio, é aberto no meio. Vai que você ainda não comeu o pita, né? Quando eu comecei a pensar como o pão sírio era feito, achei que a abertura era algo parecido com o pão paratha, em que a manteiga (no caso, o ghee) é o que faz a divisão do pão. Ledo engano. A mágica está no fermento e no tempo de descanso. A ordem é a seguinte: você sova a massa, abre os discos do tamanho que quiser, deixa os discos descansando um tempo e depois assa. Esse tempo de descanso, aparentemente, é o que faz com que o fermento aumente a massa e, consequentemente, libere gás carbônico na parte de dentro, que vira um balão dentro do forno. Pode ser besteira minha, mas foi o que me pareceu.
Falando assim parece fácil. Na verdade, o processo todo é fácil, o difícil é agradar os deuses do pita. Como eu falei, acho que descobri o meu problema: o fogão. Eu tenho sérias dificuldades em comprar forno, não é possível! Todos os que eu tive esquentam mais de um lado que do outro, ou mais na frente que atrás, enfim… Tenho um longo histórico de suflês diagonais, porque um lado sempre fica mais quente que outro. O mesmo aconteceu com o forno do meu apartamento. Os pitas cresceram visivelmente mais de um lado que do outro, então só metade de abriu! Um pita menorzinho, que deve ter ficado mais para o lado certo, cresceu lindamente, mas foi filho único… E é nesse que eu vou me basear para contar para vocês, porque eu juro que é possível! (e que eu vou tentar novamente em outro forno mais tarde)
A receita foi encontrada no Pinterest, mas veio desse blog aqui.

Ingredientes:
1 colher de sopa de fermento biológico (aquele de pão)
1 xícara e meia de água morna
1 colher de chá de sal
3 xícaras e meia de farinha
*as medidas podem variar, adicione aos poucos enquanto faz a massa!
Como fazer:
Você pode fazer essa receita no processador de alimentos (usando a pá de bater massa, e não aquela de liquidificador), ou a mão. Eu fiz dos dois modos.
Primeiro, dissolva o fermento em água morna dentro da vasilha do processador. Adicione o sal e 1 colher e meia de farinha de trigo. Dissolva tudo com um garfo/colher. Adicione o resto da farinha aos poucos, mexendo até virar uma massa. A quantidade da farinha pode variar.
Depois que fizer uma bolinha com a massa, sove bem, por alguns minutos. A massa deve soltar das mãos, então você pode precisar de mais farinha.
Divida a massa em bolinhas. Cada bolinha vai ser um pão pita, então divida na quantidade que quiser, dependendo do tamanho que preferir. Abra as bolinhas com um abridor de massa até que vire um disco fininho (mais ou menos seis milimetros). Deixe descansar em uma superfície enfarinhada por pelo menos meia hora.
Pré-aqueça o forno a 220ºC e unte uma forma.
Leve os discos ao forno e reze muito. Vai que…
Durante os primeiros cinco minutos ele já deve inflar no meio. Depois, é só esperar ficar dourado e virar para que os dois lados fiquem iguais.
Coma ainda quente. Não dá para guardar para o dia seguinte, tem que comer assim que faz, então aproveita para fazer aquele hommus esperto e chamar os amigos!
Esse seu forno aí…no meu ficaram todos inflados, lindões! 😛
Eu tentei congelar um pouco da massa pra usar depois, mas foi fail total, nenhum cresceu e o sabor também não ficou bom, então, é fazer no dia, assar e comer tudo. 🙂