#24 – Lomo saltado (Peru)

Ontem foi dia de Peru e do delicioso lomo saltado! Antes disso, dá uma olhada nas Seleções que já passaram pelo Copa na Cozinha!

Antes que vocês nos julguem, a gente nunca disse que todos os pratos seriam feitos aqui em casa! Ontem foi dia de restaurante, então vai ficar de dica para quem mora no Rio de Janeiro.

Minha visita ao Peru, em 2014, foi uma grata surpresa gastronômica. Demos a sorte de ficar em hotéis maravilhosos com restaurantes de verdadeiros chefs. A comida deles era nível estrela Michelin, uma coisa linda! No Peru, desde seus ancestrais incas, a agricultura é importantíssima e a altitude em que cada vegetal é plantado faz toda a diferença. Por isso, você encontra um milhão de milhos e batatas, e no menu eles são vendidos como “batata de mil metros”, “batata de 3 mil metros”, que indicam a altitude onde foram colhidas. É uma festa – se você não estiver morrendo de dor de cabeça dessa altitude inteira.

Para eu relembrar esses sabores peruanos, o Léo me levou no Ceviche RJ, um restaurante na Zona Sul da cidade, em que os garçons são todos (ou quase todos?) peruanos. E o prato também já tinha sido escolhido: o lomo saltado.

A inspiração

O lomo saltado é feito com iscas de filé mignon flambadas (por isso “salta”) com cebola, pimentões e servido com arroz branco e batata frita. O gosto característico vem da flambagem, por isso não pode pular essa parte.

Aqui tem uma receita, se quiser se aventurar em casa.


Léo Neves é jornalista, viciado em esportes e comilão

Toque do Léo:

Assim como aqui, no Brasil, o futebol chegou ao Peru por meio de imigrantes britânicos que trouxeram uma bola e ensinaram as regras (também trouxeram o Críquete e o Rugby na mala) no século 19.

Após um longo e tenebroso inverno Los Incas voltaram a um mundial (a última vez foi em 82). Muito por conta da atual geração peruana liderada por Paolo Guerrero, acompanhado por Farfan e Cueva. Porém, antes desses jogadores, um outro trio também se destacou na seleção nacional, na década de 1970, Sotil, Cubillas e Challe, parte do que foi considerada a melhor geração peruana da história.

Porém essa mesma geração de ouro foi protagonista de um dos maiores escândalos das Copas. Em um jogo muito suspeito, os peruanos perderam para a Argentina, que sediava o mundial de 1978 (Em plena ditadura). Mas o curioso foi como a derrota se procedeu. Os argentinos precisavam ganhar por uma margem de gols para se classificar para a final, o Brasil liderava o grupo e estava se classificando, mas de forma vexatória a Argentina aplicou uma goelada de 6 a 0. Onde os peruanos abdicaram de jogar no segundo tempo e de repente 4 gols brotaram como mágica.


O resultado

Abrimos os trabalhos com uma Lhama Loca, que é uma witbier (cerveja de trigo) relaticamente fácil de encontrar aqui no Rio de Janeiro (principalmente em festivais gastronômicos) e que eu a-m-o!

Lhama Loca!

Depois pedimos o lomo saltado, e conseguimos vê-lo “saltando” na hora da flambagem, então eu sei que eles fizeram “de verdade”! Estava uma delícia e raspamos o prato!

Lomo saltado

Aí ficamos em dúvida entre duas sobremesas. Eu estava mais tentada ao suspiro e o Leo querendo a Torta de 3 leites. Pedimos uma de cada para experimentar! E a surpresa: eu amei a torta de 3 leite se o Leo quis ficar com o suspiro! Na verdade, o merengue dos dois era igual, mas a torta era um bolo muito molhado de leite e o suspiro tinha uma base parecendo brigadeiro (muito doce para mim).

Sobremesas

Mas acabou que estava tudo uma delícia e o clima (depois que aquele jogo horrível do Brasil terminou) também era super legal, com musicas peruanas de fundo. Não é um restaurante grande, mas, se você estiver passando lá por Botafogo, perto da Rua da Passagem, não deixe de provar uma Lhama e uma comidinha por mim!

Você já provou comidas peruanas? E já parou para ver todas as seleções que passaram por aqui no Copa na Cozinha?

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