Eu tenho um problema com massa de torta. Mais especificamente tortas de cozinheiros “não-brasileiros”. Ou isso, ou algumas editoras têm sérios problemas em traduzir receitas gringas. Ou as duas coisas, o que eu acho mais provável. O que me leva a outra questão: queridos editores de livros de gastronomia, algum de vocês testa as receitas que vocês traduzem? Porque, sério, outro dia um livro da Larousse me mandou fazer um pudim com um litro de leite e nada, nadinha, que fizesse aquele mingau ficar sólido. Não tinha a menor possibilidade de algum dia aquilo virar um pudim. Não tinha.
A mesma coisa acontece com massa de torta. Não entra na minha cabeça que biscoito de maisena em pó com cacau em pó e meia barra de chocolate batidos no processador vão formar uma massa. No sentido literal da palavra. Massa não vira. Vira areia, vira farinha, vira pó, mas não vira massa. A única explicação que eu tenho para isso é que o tal “biscoito de maisena” que a Nigella usa para fazer as massas dela não tem nada a ver com o nosso. E, assim, minha torta linda de limão ficou, sim, linda, mas toda errada. Convido vocês, que também compraram o livro e/ou esperaram quatro horas na fila para conseguirem o autógrafo da diva, a testarem essa receita do jeitinho que ela é (sem mudar nadica de nada) e me dizerem se dá certo ou não.
Pensei em copiar a receita inteira aqui no blog, mas vou deixar pra um dia em que ela realmente funcione, ok? E, se alguém conseguir uma massa com esses ingredientes (somente esses!) que desenforme e fique lá, em pé, igual o da foto dela, me ensina! Porque essa torta, apesar de deliciosa, foi comida aí, dentro da forma mesmo. Com uma colher. Dentro da geladeira. Bem do tipo Nigella gordinha de madrugada!
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Olá Carol,
pena que só li seu blog depois de fazer a bendita receita. Improvisei colocando o dobro da quantidade de manteiga (100g, não 50g) e ainda deixei 10 minutos no forno antes de colocar na geladeira para ver se a base ficasse parada na forma sem desmoronar. Parece que quando ficar pronta, o jeito vai ser comer dentro da forma também. Mas os erros no livro da Nigella não se limitam a essa receita. Gastei tempo e dinheiro fazendo o bolo úmido de geleia de laranja da pag. 269 (comprei a melhor geleia, inglesa, para nada diferir da receita). Resultado: nem quem gosta de comer gordura pura arriscaria provar. O bolo ficar pingando gordura. Eca! Para quem quer fazer qualquer receita sem medo de errar, melhor comprar o livro “Panelinha: recitas que funcionam” da Rita Lobo. Esse sim não tem erro.
Luciano, é verdade, fiquei decepcionada com alguns erros. Mas tem receita que funciona, da uma olhada aqui no blog. A de polenta fica ótima!!!