208. Torta de carne

Agora que a Cristina Barcia, última das não-moicanas, comentou no post dos brigadeiros, como boa pagadora de promessas atrasadas, eu posso dar início à próxima leva de docinhos engordativos para a redação da TV (ao contrário do programa da Ana Maria Braga, em que ela deve comer só uma provinha na frente das câmeras para não engordar, a gente não come nada na frente das câmeras, mas se acaba por trás delas). Mas, enquanto os brigadeiros não ficam prontos, a gente faz o almoço, combinado?

Fui ao Hortifruti um dia desses pra justificar o meu estacionamento lá. Uma pessoa normal voltaria com uma maçã, mas eu voltei com o carrinho lotado, incluindo uma garrafa de vinho. Para um almoço de segunda-feira (de folga) para… uma pessoa. Fui comprando, comprando e, daqui a pouco, eu tinha os ingredientes para uma carne moída toda trabalhada no tempero. Chegando em casa, uma massa folhada querendo vencer olhou pra mim e pronto. Torta de carne! E melhor ainda: torta de carne com arroz basmati! Se você não conhece o arroz basmati, entra no primeiro mercado legalzão que você tem perto de casa (pode ser um Zona Sul), compra um quilo e experimenta. É considerado o arroz mais cheiroso do mundo e você não vai se arrepender.

Ingredientes:

uma bandeja de carne moída (o Hortifruti tem um “chã de dentro light”. Foi a que eu escolhi)
1 caldo (bacon com louro, picanha, costela, carne – fica a seu critério)
duas folhas de louro
dois tomates
4 colheres de molho de tomate
orégano
pimenta do reino moída na hora
sal
chilli (eu tinha na geladeira, fazer o quê…)
cebolinha picada
um dedo de alho poró cortado em meias luas
meia cebola pequena picada
um dente de alho picado
meia cenoura
dois dedos de bacon picados e fritos à parte
azeitonas picadas (sem caroço, pelamordedeus – sempre bom avisar, galera, vocês nem imaginam…)
1 massa folhada

Antes que você pense que vai dar um trabalhão fazer uma torta, para de pensar. Separa os ingredientes em cima da pia como se não houvesse amanhã. Ah! Vale incrementar com o que você for encontrando na geladeira, sem frescuras.

Parece um montão de coisa, né? Mas isso tudo você vai garimpando na geladeira, se não tiver um, tem outro, o negócio é incrementar a carne moída sem graça!

Enquanto você começa a cortar os ingredientes, tire a massa da embalagem e coloque em um lugar para descongelar (eu me esqueci dessa parte e foi um saco fazê-la descongelar à força).

Primeiro, refogue a parte “alho-cebola-alhoporó” em azeite. Acrescente a carne moída e mexa bem até que ela perca toda a cor de carne. Lembre-se, depois dessa parte, você não vai mais conseguir dar cor, então essa é a hora de deixar a carne com cor… de cozida, e não crua. Quando estiver da cor que você quer, adicione o molho de tomate (pode ser que você queira mais que isso, fica a seu critério) e o resto dos ingredientes. Lembra também de fazer o bacon à parte, para ficar douradinho e crocante, e colocá-lo no final, para não amolecer muito.

Abra a massa em cima da forma e corte o quanto você vai precisar. O que sobrar, você usa para cobrir a parte de cima. Nada de preciosismo, não precisa cobrir a parte de cima toda, nem fazer desenho, nem nenhuma frescurada, só tem que ficar gostosa. Faça pequenos rasgos com a faca na parte de cima, para não inflar dentro do forno.

Depois disso é só levar ao forno e lavar a louça antes de ficar pronta a comida, assim você nem fica achando que sujou a casa toda! Vai sobrar. Mas o resto você guarda em potinhos para os dias seguintes. Dá até para congelar (mamãe disse, eu não tentei, tá?).

Muito cuidado na hora de tirar do forno. Eu sei que a dica é óbvia, mas meu pobre dedão sofreu nesse dia…

 

 

O arroz basmati

O arroz combinou lindamente com o meu prato e a parte mais legal dele é que não precisa de quase nada para ser feito. Refoguei cebola e alho porque já estavam cortados de quando eu fiz a torta, depois é água e sal e acabou. O arroz basmati é usado em comidas indianas, super picantes, por isso não precisam ser muito temperados, ele serve justamente para dar um descanso daquele monte de pimenta. Mesmo assim, ele é tão aromático que não fica sem gosto.

 

Sirva tudo isso com vinho. Da cor que você quiser, porque essa é uma receita sem frescuras.