Natilla é uma das receitas mais fáceis do Copa na Cozinha e dá para fazer com ingredientes tipicamente brasileiros. Antes de falar sobre ela, já viu os outros países que passaram por aqui?
A receita de hoje é de uma sobremesa. A natilla é a sobremesa mais típica da Colômbia durante as festividades de fim de ano. Quando chega perto do Natal, todas as famílias já começam a fazer cada uma a sua versão dessa mingau durinho de canela. A receita existe também na Espanha, mas é feita de forma diferente. Enquanto no país colonizador ela leva ovos, nos colonizados, a estrela é o amido de milho. Isso porque os povo colombianos adicionavam milho a praticamente todas as receitas.
Para servir, o tradicional é colocar as fatias ao lado de buñuelos, que são um tipo de pão de queijo frito – mas achamos que só a natilla já era trabalho suficiente para uma sobremesa.
Mas não se engane, é super fácil de fazer. O resultado, como sempre, você confere no fim do post.
A inpiração
Usamos como inspiração o vídeo abaixo, mas as quantidades que essa blogueira colombiana usa estão no post original, por escrito.
Léo Neves é jornalista, viciado em esportes e comilão
Toque do Léo:
Após a geração de Rincon, Valderrama e Higuita, que chamou a atenção do mundo em 90 e 94 mesmo não fazendo grandes campanhas, a Colômbia viveu uma entressafra. Finalmente bons jogadores voltaram a surgir no país na década passada, graças a um trabalho de base e também a clubes europeus (um bom exemplo é o Porto), que buscam esses jogadores bem jovens e conseguem alinhar o talento com obediência tática. Assim surgiu grandes nomes como o maior goleador da história de Los Cafeteros Falcão Garcia, James Rodriguez, Ospina, Téo Gutierrez, Valencia e Bacca.
Porém, há 24 anos, a Colômbia tingia uma mancha de sangue em sua história no futebol mundial. O zagueiro Andrés Escobar foi assassinado, após a seleção retornar dos Estados Unidos, onde o jogador havia marcado um gol contra que resultou na eliminação precoce dos colombianos no mundial de 94. Na época, muitos clubes no país eram sustentados pelo dinheiro do narcotráfico (leia-se Pablo Escobar) e isso refletia diretamente em pressão para cima dos atletas.
A Colômbia também será lembrada eternamente entre os brasileiros. Isso por conta do triste episódio do acidente da Chapecoense, em 2016*. As demonstrações de carinho do povo colombiano e a atitude dos torcedores, jogadores e comissão técnica do Atlético Nacional fizeram com que ambos os países estreitassem a relação no futebol.
*Em dezembro de 2016, a Chapecoense viajava para Bogotá, onde enfrentaria o Atlético Nacional pela final da Copa Sul Americana, quando o avião que transportava a equipe caiu em solo colombiano matando 71 pessoas entre jogadores, dirigentes, comissão técnica, jornalistas e tripulação.
Ingredientes:
1 litro de leite
4 paus de canela
4 cravos
1/4 xícara de açúcar
3/4 xícara de açúcar mascavo
3/4 xícara de coco ralado
1 xícara de amido de milho
canela em pó para decorar
Como fazer
Reserve 1 xícara de leite. Leve o restante a uma panela grande. Acenda o fogo médio-baixo. Acrescente também o açúcar branco, o açúcar mascavo, a canela e o cravo. Mexa bem. Controle a temperatura para o leite não queimar. Quando começar a querer borbulhar, desligue o fogo, reserve a panela fechada e espere cinco minutos, para o leite absorver os sabores.
Enquanto isso, misture o amido de milho com aquela xícara de leite que você reservou até ficar tudo líquido e homogêneo.
Passados os 5 minutos, retire os cravos e as canelas do leite. Junte o coco ralado e depois a mistura de amido de milho. Leve novamente ao fogo médio-baixo mexendo sem parar. Do nada, o amido de milho vai fazer essa mistura endurecer, por isso não pode parar de mexer. Mexa até adquirir ponto parecido com brigadeiro (até ver o fundo da panela). Leve a uma forma assim que desligar o forno e espere pelo menos 1 hora para endurecer e servir.
Antes de servir, polvilhe canela por cima para decorar. Leve a geladeira para ficar ainda mais gostoso!
O resultado
As natillas podem até ser típicas do Natal colombiano, mas, se fosse aqui no Brasil, seria um prato de festa junina, por isso o momento não poderia ser mais propício. Confesso que eu fiquei com dois pés atrás quando vi a foto das natillas na internet, mas eu prometo a vocês que é mais gostoso do que parece. E, modéstia a parte, as nossas ficaram mais moreninhas que a do vídeo. O gosto não é hiper doce, portanto, se você é uma formiguinha, pode ter que aumentar a quantidade, mas para mim ficou bom. Ótimo doce para entrar no meu repertório de “doces para levar para festas”, já que eu odeio enrolar brigadeiros.
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