O representante da Tunísia foi o pastel! Mas não é um pastel como o nosso. Antes de ver essa receita, já viu todos os países que passaram por aqui?
A gente já fez muita receita trabalhosa no Copa na Cozinha, por isso eu não imaginei que essa daria tanto trabalho assim! Está certo que eu não tenho muita experiência com frituras, que a gente não come aqui em casa, mas o brik estava de parabéns no desafio.
O brik é semelhante ao nosso pastel, mas feito com uma massa bem fininha chamada “malsouka”, ou “warka”. Como essas massas não são nada fáceis de encontrar no Brasil (e em muitos outros países), a adaptação mais usada é a massa de filó – aquela que você também já comprou por engano achando que era massa folhada (ou fui só eu?). Eu sempre esbarro com a filó quando procuro massa folhada, mas, justo quando eu precisei dela, não encontrei de jeito nenhum, nem no mercado, nem na padaria. Por isso, o Leo, foi na loja oficial da Arosa, em Ipanema, comprar para a gente.
Além da carne (que também pode ser frango ou atum), o recheio leva um ovo inteiro. E a prova de fogo desse Masterchef é fritar o pastelzinho de modo que o ovo cru não “fuja” da massa pelos furinhos e que, ao cortar, ele ainda esteja com a gema mole.
O mais difícil dessa receita é justamente lidar com a massa de filó, que gruda em tudo. Gruda na espátula, gruda nas bordas da panela, gruda nos seus dedos na hora de dobrar, em tudo. Mas você vai ter que ler até o fim para saber o nosso resultado final!
A inspiração
Nossa receita de inspiração foi o vídeo abaixo. Mas, como o Léo não come “coisas do mar” e eu tenho alergia a atum de lata (não tenho ao atum cru, vai entender), substituímos por carne moída. A receita original pode ser feita tanto com atum, quanto com carne moída ou frango desfiado.
Léo Neves é jornalista, viciado em esportes e comilão
Toque do Léo:
A Tunísia é uma das seleções mais fracas da África árabe, se inspira no estilo de jogo dos egípcios e franceses (para onde os jogadores de lá geralmente migram). As Águias de Carthage porém tem um recorde histórico para o continente. Foi a primeira seleção africana a ganhar uma partida de Copa, em 78, na Argentina.
O Etoile du Sahel e o Esperance de Tunís são os clubes de maior sucesso do país, conquistando títulos importantes do continente como a
Champions League e a Confederation Cup da CAF.
Essa é a formação do brik por dentro
Ingredientes
massa de filó
1/2 cebola
2 dentes de alho
400g de carne moída (não precisa disso tudo para fazer 3 pastéis, sobrou carne que nós comemos mais tarde, mas se você for fazer mais pastéis, considere a quantidade)
chili em pó
cominho em pó
sal
1 colher de sopa de extrato de tomate
óleo para fritar
Como fazer
O primeiro passo é fazer a carne moída do jeito tradicional: refogar alho e cebola, adicionar a carne, mexer bem até que ela esteja bem dourada e adicionar os temperos. Você pode ver no vídeo de inspiração que ela usa temperos diferentes. Usei o cominho porque é um dos integrantes do tempero da Tunísia, que ela menciona, e o chili em pó porque não tínhamos em flocos. Mas você pode ir temperando com o que encontrar (que combine, claro). Também coloquei o extrato de tomate para dar uma cor.
Deixe a carne moída esfriar.
Abra a massa de filó e dobre para usar duas folhas de uma vez. Dobre cada um dos lados até que a massa fique em um formato quadrado e com as quatro bordar mais grossas.
Em uma das pontas, coloque a carne. Na ponta oposta, abra o ovo e tempere com sal.
Depois você precisa dobrar isso em formato de triângulo (obviamente levando o lado da carne até o lado do ovo, e não o contrário, para não fazer bagunça). Aperte as bordas para manter minimamente fechado para o ovo não “escapar”.
Esquente bem o óleo antes de começar a fritar. Tem que ter quantidade suficiente para fritar, mas não o suficiente para cobrir o topo do brik (que é onde está o ovo, que você quer mandar de gema mole).
Com a ajuda de uma espátula, feche melhor as bordas enquanto o brik frita. Quando estiver dourado, vire e frite do outro lado. Depois é só tirar e colocar em um prato com papel toalha para secar.
O resultado
Agora vocês querem saber se deu certo ou não. A nossa prova final foi mais difícil ainda: só tínhamos 3 ovos. Ou seja: três chances de dar certo.
O primeiro deles deu certo, mas foi feito em uma panela muito pequena, por isso as pontinhas do brik ficaram meio tortas.
O segundo deu muito certo. Pontinhas bonitas, ovo com gema crua no meio e maravilhoso (é o da foto). Quando a clara do ovo tentou escapar, a gente simplesmente apertou um pouquinho as bordas e ele fechou.
O terceiro grudou na espátula antes mesmo de entrar na frigideira. E nessa briga de “larga daí, menino!”, ele “cuspiu” o ovo inteiro para fora do brik!! Acabou que o ovo foi frito fora do pastel e o brik ficou com um buraco no meio.
Ou seja: conseguimos praticamente 2/3 certo. Mas dizer que foi fácil, não foi não. Acabou que o mais difícil não era fritar, nem dobrar, era fazer ele desgrudar da espátula! O gosto foi aprovadíssimo, só faltou um pouco de sal. Por isso, lembre de colocar sal assim que abrir o ovo dentro da massa também!
Já provou o brik? Clica aqui para ver todos os países que já passaram pelo Copa na Cozinha.