Resolvemos começar o Copa na Cozinha com o anfitrião da Copa do Mundo deste ano – a Rússia! E o prato escolhido pelo Leo Neves foi o Borscht. Se você caiu de paraquedas nesse post, clica aqui para voltar ao primeiro post da série para entender melhor o nosso desafio!
O prato escolhido para representar a Rússia é tradicional em vários países do leste europeu. Ele é encontrado também na Ucrânia e na Polônia, sempre com alguma variação específica do país. A versão que a gente procurou foi a russa. O borscht nada mais é que uma sopa de beterraba, mas toda “pedaçuda”. Além da raíz principal, que dá cor e doçura ao prato, o borscht leva também repolho, cenoura e cebola, tudo picado e ralado. Por cima, o tradicional é servir com um sour cream ou creme de natas. Judeus da europa fugindo da guerra levaram esse prato para a América do Norte, por isso é comum encontrar essa sopa em restaurantes americanos de famílias europeias.
Antes de escolher a receita que a gente ia usar, eu esbarrei nessa versão do site Panelinha, da Rita Lobo, e vou te contar que fiquei muitíssimo tentada a fazer a versão dela. Acho, inclusive que, passada a Copa, vou tentar fazer essa. Mas a intenção era cozinhar o mais próximo possível da receita original e, por mais tentador que fosse jogar tudo no liquidificador, não é assim que a sopa é servida. Por isso, tive que perder o preconceito com os “pedacinhos”.
A inspiração
A receita que nós seguimos veio desse canal no Youtube:
Leo Neves é jornalista, viciado em esportes e comilão
Toque do Léo:
Os anfitriões chegam desacreditados em sua própria Copa. Com péssimos resultados, um time bem fraco e sem nenhuma estrela causou um desinteresse nacional. Sem expectativas de uma grande apresentação, apenas 36% da população demonstrou empolgação com o evento, segundo pesquisa realizada recentemente.
Isso tudo reflexo de um grande golpe sofrido com o escândalo de doping, com participação do governo, que culminou na suspensão do comitê olímpico russo. A descrença e a vergonha respingou na seleção de futebol (mesmo que ainda não se tenha notícias de que o esquema tenha sido utilizado pela modalidade).
Após a dissolução da União Soviética, o futebol russo nunca conseguiu se destacar no cenário mundial (sequer passou da fase de grupos nas 3 Copas que disputou). Os clubes não figuram entre os destaques do continente e volta e meia tem relatos de racismo e brigas (na última Eurocopa na França protagonizaram um grande quebra-quebra pelas ruas de Marseille, em confronto com Hooligans ingleses) nos estádios.
Ao menos uma alegria… A medalha de ouro no hóquei (que é o esporte nacional por lá), em Pyeongchang, na Coreia do Sul, em fevereiro desse ano. Foi a primeira medalha dourada após a era soviética (quando conseguiu 7 ouros), mesmo que não tenha tido nem hino e nem bandeira, afinal eram os Atletas Olímpicos da Rússia, que traduzindo são aqueles que comprovaram na justiça que eram “limpos” e poderiam participar de competições.
A verdade é que o carisma dos Sbornayas é do mesmo tamanho da empatia de Vladimir Putin!
Use uma panela grande para acomodar todos
Ingredientes:
400g de peito bovino cortado em cubos
1 colher de sopa de extrato de tomate
200g de beterraba ralada
100g de cenoura ralada
100g de repolho ralado
1 batata cortada em cubos
1 dente de alho
1/2 cebola picada
suco de meio limão
água
sal
pimenta-do-reino
sour cream (opcional para servir)
Como fazer:
Primeiro, refogue o alho e a cebola em azeite. Adicione a carne e refogue até pegar cor. Mistura o extrato de tomate à carne, cubra com água e leve ao fogo médio por meia hora. Adicione todos os outros ingredientes, mexa bem e coloque mais 750ml de água. (Infelizmente, nos esquecemos do suco do limão, mas deixei na receita porque deve combinar muito) Leve ao fogo médio-baixo por mais meia hora. Em seguida, aumentamos o fogo por poucos minutos, só para dar uma reduzida no caldo. Servimos com sour cream por cima, que combinou super bem.
Fica mais vermelha do que a câmera do meu celular quer mostrar para vocês, juro
Resultado!
Confesso que fiquei muito surpresa com o borscht! Mesmo ele sendo “pedaçudo”, ficou muito gostoso. No início senti falta dos meus temperinhos. Me deu vontade de jogar um cúrcuma, um curry, um chili, um monte de coisa! Depois paramos para pensar que o objetivo desse caldo de legumes deve ser esquentar no frio russo (pelo menos esquentou bastante nesse calor do Rio de Janeiro). Entendemos melhor a sopa e ela foi ficando melhor a cada colherada. O sour cream ficou uma delícia contrastando com o doce da beterraba, com certeza o limão no meio da receita fez bastante falta (não se esqueça também!).
A sopa fica mais vermelhinha do aparece nas minhas fotos (eu continuo sem câmera e o celular às vezes não mostra direitinho). Mesmo assim, poderia ter ficado bem mais vermelha se a gente tivesse ralado a beterraba na hora. Como tínhamos pouco tempo, compramos a beterraba já ralada no Hortifruti (e, consequentemente, já um pouco ressecada e sem aquele suco da beterraba ralada na hora). Considere isso na hora de fazer a sua receita!
Rússia aprovadíssima! Hoje, nosso desafio é a Arábia Saudita, e eu já vejo pouquíssima chance de dar errado. Já parece uma delícia!!
Pedaçuda, mas gostosa!
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